Um ponto prévio, assim como a jeito de declaração de interesses : sou, e desde sempre, um fã de/do Nick Cave.
Assim, e por isso, em Outubro do ano passado, lá havia comprado os respectivos bilhetes para, ontem, poder estar, com a minha filha, no Concerto do Coliseu, cuja lotação estava, de há muito e naturalmente, esgotada.
Confesso que estava algo expectante, porquanto no seu último álbum, “DIG!!!Lazarus DIG!!!”, o Nick enveredava por um estilo muito mais “roqueiro”, entremeado, é certo e aqui e acolá, com um registo mais “baladeiro”, como são os casos de “Moonland”, de”Hold on to Yourself”, e, sobretudo, de “Jesus of the Moon”.
Afinal, e pese a mudança de estilo, Nick Cave continua imparável. Continua, ainda e pese os 50 anos, a ser irónico e muito provocatório. Enfim, continua ser um autêntico animal de palco e os “Bad Seeds” uma portentosa banda, cujos músicos são, todos eles e sem excepção, de qualidade impar.
E não fora o facto de, e já nos “encores”, ter saltado finalmente para o piano ( o “habitat” ao qual nos havia habituado; neste concerto, pelo contrário, só emprestou a voz e toucou viola ) e, em perfeita harmonia e muita cumplicidade com todo o publico do Coliseu, terminou com o “Oh My Lord”, não (me) teria, então, recordado do todo o trabalho discográfico do Nick, e gostando, naturalmente, do “DIG!!!LazarusDIG!!!, o seu ultimo álbum, continuo, ainda e assim, a preferir “Abattoir Blues”, “The Lyre of Orpheus”, “Murder Ballads” e, sobretudo, o álbum editado em 2001, “No More Shall We Part”.
Agora, resta-me esperar pelo próximo trabalho do Nick, alimentando o desejo muito sincero, assim como uma secreta esperança que, este, possa ser com uma base “acústica” .
Nick, até sempre … e obrigado!..
Carlos Borges Sousa
(Publicado, originalmente, em “Quebrar sem Partir”)
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