Tivesse sido no dia 1 de Abril e, ainda, pensaria que pudesse ser (uma) mentira…
Mas não; o jornal era datado do dia 2, do segundo dia do mês de Abril e, pelo jornal, soubemos que Jorge Coelho se prepara para abandonar definitivamente a vida politica.
Ainda pensei, por um instante, que Jorge Coelho houvesse concorrido ao Programa das Novas Oportunidades e, então e por isso, lhe tivesse sorrido uma nova oportunidade profissional, considerando que, politicamente e de algum tempo a esta parte, se encontrava no quadro dos disponíveis.
Jorge Coelho era, agora, um “senador” que foi ministro e durante anos, muitos anos geriu o aparelho do P.S. tendo, ainda, o engenho e a arte de estabelecer relações privilegiadas com múltiplos “barões” do mundo empresarial.
Mas não; segundo o jornal : “Jorge Coelho vai para CEO da Mota-Engil, ficando António Mota como “chairman”, numa analogia mais do que impressionante com o ambiente empresarial dos Estados Unidos, como se nós fôssemos uma economia tipo americana”.
Ora, com as perspectivas de mercado oferecidas por grandes obras públicas, com o anúncio do lançamento de novas auto-estradas, da construção do TGV e, claro, do novo Aeroporto e da nova ponte sobre o Tejo, o novo e próximo futuro líder da Mota-Engil é uma autêntica mais-valia para esta empresa.
Quem, como ele, conhece o mercado das obras públicas, os seus “players” ?
Quem, como ele, conhece os “compradores” de/das obras públicas, desde o primeiro ministro, aos outros ministros até ao mais modesto presidente de junta ?
Quem, como ele, conhece as regras do jogo e os seus rituais privados ?
Jorge Coelho é, assim e pelos piores motivos, o homem certo para o lugar certo.
O problema, o grande problema é que esta “contratação” é, no mínimo, deprimente; no entanto, e para Jorge Coelho, a passagem do público para o privado é, pelos vistos, um acto natural.
É tudo normal, normalíssimo … e estamos, assim, vivenciando um tempo em que a falta de/da vergonha vai, por enquanto e impunemente, imperando.
Até quando ? Acho que isso só depende(rá), mesmo, de Todos e Cada Um de Nós.
Porque, só com a(s) Luta(s) se vence o(s) abuso(s) !..
Carlos Borges Sousa
sexta-feira, 4 de abril de 2008
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