quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A crise está em crise

Está uma delícia!Há quantos séculos falamos de crise? Acho que essa é a palavra de ordem de quem estuda história!!!

Opinião
A crise está em crise
A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado

Ou estou fortemente enganado (o que sucede, aliás, com uma frequência notável), ou a história de Portugal é decalcada da história de Pedro e o Lobo, com uma pequena alteração: em vez de Pedro e o Lobo, é Pedro e a Crise.

De acordo com os especialistas - e para surpresa de todos os leigos, completamente inconscientes de que tal cenário fosse possível - Portugal está mergulhado numa profunda crise. Ao que parece, 2009 vai ser mesmo complicado.
O problema é que 2008 já foi bastante difícil. E, no final de 2006, o empresário Pedro Ferraz da Costa avisava no Diário de Notícias que 2007 não iria ser fácil. O que, evidentemente, se verificou, e nem era assim tão difícil de prever tendo em conta que, em 2006, analistas já detectavam que o País estava em crise. Em Setembro de 2005, Marques Mendes, então presidente do PSD, desafiou o primeiro-ministro para ir ao Parlamento debater a crise económica. Nada disto era surpreendente na medida em que, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, entre 2004 e 2005, o nível de endividamento das famílias portuguesas aumentou de 78% para 84,2% do PIB. O grande problema de 2004 era um prolongamento da grave crise de 2003, ano em que a economia portuguesa regrediu 0,8% e a ministra das Finanças não teve outro remédio senão voltar a pedir contenção. Pior que 2003, só talvez 2002, que nos deixou, como herança, o maior défice orçamental da Europa, provavelmente em consequência da crise de 2001, na sequência dos ataques terroristas aos Estados Unidos. No entanto, segundo o professor Abel M. Mateus, a economia portuguesa já se encontrava em crise antes do 11 de Setembro.
A verdade é que, tirando aqueles seis meses da década de 90 em que chegaram uns milhões valentes vindos da União Europeia, eu não me lembro de Portugal não estar em crise. Por isso, acredito que a crise do ano que vem seja violenta. Mas creio que, se uma crise quiser mesmo impressionar os portugueses, vai ter de trabalhar a sério. Um crescimento zero, para nós, é amendoins. Pequenas recessões comem os portugueses ao pequeno-almoço. 2009 só assusta esses maricas da Europa que têm andado a crescer acima dos 7 por cento. Quem nunca foi além dos 2%, não está preocupado.
É tempo de reconhecer o mérito e agradecer a governos atrás de governos que fizeram tudo o que era possível para não habituar mal os portugueses. A todos os executivos que mantiveram Portugal em crise desde 1143 até hoje, muito obrigado. Agora, somos o povo da Europa que está mais bem preparado para fazer face às dificuldades.
-- Saudações...

Artigo de opinião de Ricardo Araújo Pereira

Boas entradas...Feliz 2009

O que é de facto significativo? O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão, significa que... está em casa! A desordem que tenho que limpar depois de uma festa, significa que... estivemos rodeados de familiares e amigos! As roupas que estão apertadas, significa que... tenho mais do que o suficiente para comer! O trabalho que tenho em reparar a casa, significa que... tenho uma casa! As queixas que escuto acerca do governo, significa que... tenho liberdade de expressão! Não encontro estacionamento, significa que... tenho carro! Os gritos das crianças, significa que... posso ouvir! O cansaço no final do dia de trabalho, significa que... tenho emprego e posso trabalhar! O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que... estou vivo! Finalmente pela quantidade de mensagens que recebo, significa que... tenho amigos pensando em mim!
Guarda esta mensagem!!!!QUANDO PENSARES QUE A VIDA TE CORRE MAL... LÊ-A OUTRA VEZ .!!!'
Rogério Ponte

domingo, 10 de agosto de 2008

O pais quase imaculado

“ O pais quase imaculado ” é o título da “Crónica sem Dor”, do Publico de hoje ( link só para assinantes ), assinada por Rui Tavares, que, pela sua importância e oportunidade, e com a devida vénia ao Rui, tomo a liberdade de (re)produzir :[… «Neste pais onde os bancos “arredondaram” os empréstimos à habitação e meteram ao bolso uma média de cinco mil euros por família, os ciganos são ladrões.Neste pais onde a Operação Furacão encontrou fraude empresarial de grande escala mas não chegará a lado nenhum, os ciganos é que são dissimulados.Neste pais onde Paulo Portas não explicou quem é o famoso Jacinto Leite Capelo Rego que generosamente deu dinheiro ao seu partido ( nem explicou o “caso dos sobreiros”, nem o “caso submarinos”, nem o “caso casino” ), os ciganos é que são os malandros».[…«Ainda se vai descobrir que são os ciganos quem monta empresas manhosas onde os nossos jovens licenciados trabalham a recibos verdes.Ainda se vai descobrir que os ciganos é que estacionam os nossos carros em cima dos passeios»]( Rui Tavares – Publico,4 Agosto 2008 )Enfim, uma crónica bem ao jeito das que o Rui nos vem habituando; a não perder, simplesmente …

Carlos Borges Sousa ( Publicado, originalmente, em : http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/ )
A propósito do TPI e de uma extradição

Por estes dias, um dos temas que mais tem dominado a cena internacional e, por arrasto, a comunicação social, é a prisão do líder sérvio Radovan Karadzic e a sua já consumada extradição para o TPI da ONU, em Haia – epílogo de um processo, diga-se, em que EUA e Alemanha repartem o grosso das responsabilidades por tudo o que de trágico lhe antecedeu. Produto da crescente consciência mundial de que não podem passar impunes crimes cometidos ao abrigo do poder político (‘ocupado’ seja por que método for), o TPI tem a sua principal fraqueza na auto-exclusão, entre outros, dos três principais ‘produtores de criminosos internacionais’ (na expressão de Fernando Rosas): EUA, China e Rússia.
Dou então comigo a elaborar no seguinte exercício especulativo: do que se sabe das acções políticas de Bush e Chavez, por um lado, e perante o que veicula a comunicação social sobre ambos, por outro, qual dos dois a opinião pública se apressaria a fazer seguir o mesmo caminho?De acordo com os dados objectivos actuais, sem dúvida que o único que reúne matéria para um longo cadastro e pode vir a ser incriminado é o Bush (‘dossier’ Iraque). Contudo, a avaliar pelos cânones que regem a maioria dos comentadores políticos, Bush apresenta-se ao mundo como democrata impoluto, ao contrário de Chavez que não passa de um execrando populista, proto-ditador (?), que até Sua Alteza Real de Espanha aproveitou para meter na ordem, com aquele célebre (e acrescento eu, destemperado) ‘porque no te callas’.Mas o facto de Chavez não apresentar cadastro garante-lhe, só por isso, autenticidade democrática? Claro que não, nem essa etiqueta, pelos vistos, a avaliar por Bush, é suficiente para avalizar toda e qualquer conduta.
Limito-me, pois, a registar a facilidade com que a opinião publicada (a que mais contribui para formar a opinião pública) se apressa a desprezar factos reais de gravidade criminal e a ilibar criminosos de guerra à luz dos princípios do direito internacional, a coberto do manto diáfano dos formalismos democráticos. No caso do Bush sabe-se, ainda por cima, que ascendeu ao poder de forma no mínimo dúbia dadas as condições pouco claras com que tais créditos foram obtidos: o papel nebuloso do irmão Jeff, Governador da Flórida; as trapalhadas com os cartões perfurados (!!!) na contagem dos votos; a sempre parcial constituição do Supremo; os menos 500 mil votos arrecadados que o seu adversário, a nível nacional,...

Estranhos critérios democráticos, estes! Os dos EUA (por maiores méritos que estes tenham – e têm-nos) e os dos analistas a ele enfeudados!

AVCarvalho ( Publicado, originalmente, em : http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/ )
Neo-liberalismo : os retornos sociais e os retornos privados ...

«O mundo não tem poupado o neo-liberalismo, essa amálgama de ideias que tem por base a noção fundamentalista de que os mercados se auto-corrigem, aplicam recursos de forma eficiente e servem devidamente os interesses do público. [...] Os países que adoptaram políticas neo-liberais são os grandes derrotados. E por duas razões. Primeiro, não souberam tirar partido do crescimento. Segundo, e quando cresceram de facto, os benefícios ficaram essencialmente nas mãos dos que ocupam o topo da pirâmide.[…] Actualmente, existe uma grande disparidade entre os retornos sociais e os retornos privados. Se não forem alinhados, o sistema de mercado nunca poderá funcionar bem. O neo-liberalismo foi sempre uma doutrina política ao serviço de certos interesses e nunca se fundamentou em teorias económicas. [...]»Joseph E. Stiglitz, Prémio Nóbel da Economia, ( Ler, analisar e reflectir todo o artigo, aqui : «Diário Económico» )

Carlos Borges Sousa ( Publicado, originalmente, em : http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/ )

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Tertúlia da Tabacaria Açoriana : acabou-se-me o “remanço” …

E, lá se (me) acabou o “bem-bom” …Já começava, digamos, a ficar “mal habituado”; é que, de 11 de Julho à data de ontem, a bica matinal, esta, era diariamente saboreada num local de culto de Ponta Delgada, a Tabacaria Açoriana…Ponto de encontro, local de confluência diária, digamos que obrigatório, da intelectualidade micaelense; dos "doutorados" em futebolística, mas não só !..Hoje, contudo, tive “falta de comparência” … Regressei a casa. A Lisboa.Não tive tempo nem oportunidade de me despedir de todos e de cada um; a não ser, claro, dos mais “chegados” …Até o Manuel Bonifácio - um grande Amigo “americano” - e com quem ultimamente almoçava quase todos os dias, não teve lugar a despedida(s)…Talvez porque, como ilhéu, sempre fui muito mais dado à(s) chegada(s) do que à(s) partida(s)… Enfim, até qualquer dia ... e, até lá e por favor, não se esqueçam de ser Felizes !..(*) à excepção do Serafim, de preto e "lagarto", todos os demais são Benfiquistas; sendo que, por aqui, cada um é muitíssimo mais Benfiquista que o(s) outro(s); e, assim e por isso, uns são "Benficóites", outros "Benfiqueses", havendo, ainda e tal como eu e o Rogério, os BEnfiquistas; o meu grande Amigo Gustavo - qual "Magnifico Reitor" da Tertulia - é que não está, ainda e agora, "classificado"; pelo menos, enquanto o Miguel não conseguir convencer-Lhe - e tenho, cá, uma "fézada" que o irá conseguir - que o futebol é, afinal, mesmo e só, um jogo, um jogo de futebol ... que (nos) pode dar "cabo" do coração !..

Carlos Borges Sousa ( Publicado, originalmente, em : http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/ )
O tabuzinho de Cavaco : não havia necessidade…

Cavaco Silva é bem mais eficaz com a “gestão” de tabus, dos seus tabus, do que com a “produção” de pensamento(s); de resto, quanto a pensamento(s), e para além do óbvio, pouco ou quase nada se conhece de Cavaco …Vendido à exaustão como insigne professor, como conceituado académico, não se conhece, de Cavaco, uma qualquer obra, um qualquer pensamento digno de registo ..Aliás, diga-se e em abono da verdade, que chegou onde chegou, mais pelo que não “disse”, do que propriamente por quaisquer compromissos assumidos; a não ser, claro, com quem o apoiou e financiou. Cavaco, a quem alguém, um dia e com muita felicidade, etiquetou de “Esfinge” é assim mesmo : não gosta de se comprometer !..Desta feita, Cavaco, qual “Esfinge” e em queda nas sondagens, entendeu falar ao pais, aos portugueses …Utilizou, para o efeito, um tabu, mais ao jeito de tabuzinho para, e até há hora do jantar, manter o país em suspenso…Porém, esta “Conversa em Família” sobre o Estatuto Politico-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, pecou, em meu entender, por ser inócua, desnecessária e inoportuna; bastaria, para o efeito e tal como se impõe, Cavaco ter enviado os seus “recados” para a Assembleia da Republica que será, quem de direito e para o efeito, terá que dirimir esta questão…Ora, o Estatuto foi previamente discutido e aprovado no Parlamento Regional e, só depois, na Assembleia da Republica; no caso dos Açores, foram aprovados por unanimidade, quer no Parlamento Regional, seja na Assembleia da Republica…Cavaco, centralista, não gostou da “ousadia” do Estatuto; tinha 13 (treze) dúvidas o que, de resto, é legítimo e, assim, remeteu-as para o Tribunal Constitucional para efectiva fiscalização que, entretanto, só validou 8 (oito) das 13 (treze) dúvidas de Cavaco.Agora, só importa(rá), mesmo, que a versão final do Estatuto, corrigidas as inconstitucionalidades verificadas pelo Tribunal Constitucional, seja aprovada.Tão rapidamente quanto possível para que, assim, a Região Autónoma dos Açores possa ver reforçada a sua autonomia e a competência dos Órgãos Regionais.Tão simples quanto isso : como “manda” a democracia …Quanto a Cavaco : Senhor Presidente, não havia necessidade !..É que, assim, o senhor "comprometeu-se" : sabia ?..

Carlos Borges Sousa ( Publicado, originalmente, em : http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/ )