Por aqui, algures no Ribatejo, na Praia do Ribatejo , a Primavera “chegou” copiosamente molhada; água da chuva que a Terra agradece mas, ainda assim, insuficiente para alimentar as barragens; um pouco à semelhança do discurso “ambientalista” do Governo, deste Governo, onde, e apesar da bondade das palavras – com muita propaganda e, até, das intenções apregoadas – a prática dominante continua a ser, e desgraçadamente, contrária à natureza da Terra que pisamos.
Ainda assim, e apesar deste nosso pesar, a Primavera é, para mim, a mais virtuosa das estações em que festivamente assinalamos o Dia Mundial da Árvore, o Dia Mundial da Água, o Dia Mundial da Meteorologia e até, e muito a propósito , o Dia Internacional da Poesia.
É, assim, neste mundo em que vivemos, onde se desleixa o ambiente mas, com muito entusiasmo, se cultiva a economia global.
É o velho postulado capitalista - aqui, nas minhas “bicadas”, não tenho medo das palavras - do lucro máximo para uns tantos ( muito poucos ) e do(s) prejuízo(s) a repartir, generosamente, por outros ( muitos e cada vez mais ).
Vivemos num tempo e com uma cultura paradoxal : se é verdade que o discurso dominante nos apela a respeitar a Terra, somos , simultaneamente, encorajados a consumir cada vez mais não importando o quê, sem questionarmos a proveniência dos produtos que consumimos, tão pouco a sua composição.
A liberdade de escolha, das nossas escolhas, deve(rá) ser, também, sinónimo de uso responsável, de solidariedade com quem produz, do conhecimento dos recursos, de preocupação com os direitos sociais e humanos de tudo quanto se produz, se transforma e apresenta ao consumidor.
Para o governo, para este governo, e para os empresários a prioridade, contudo, tem sido (a) económica; é o poder de compra, é o jogo dos preços que permite a “baralhação” dos consumidores.
É, assim, e por isso, que somos obrigados a ser Cidadãos e Cidadãs mais, muito mais responsáveis, por forma a medir melhor, muito melhor, as consequências dos nossos actos porquanto a retórica do discurso dominante, no que respeita ao direito dos consumidores e à defesa ambiental, convida à cultura do supérfluo sobre o essencial : o “ter” sobre o “ser”...
Uma boa Primavera e, por favor, não se esqueçam de ser Felizes !..
Carlos Borges Sousa
sábado, 22 de março de 2008
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